quarta-feira, 25 de agosto de 2010

[Alberto Caeiro]


[...] Procuro despir-me do que aprendi,


Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,

E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos,

Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras

Desembrulhar-me e ser eu,não Alberto Caeiro,

Mas um animal humano que a natureza produziu.

E assim escrevo, querendo sentir a natureza,

Nem se quer como um homem

Mas como quem sente a natureza, e mais nada.[...]

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