[...] Procuro despir-me do que aprendi,
Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,
E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos,
Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras
Desembrulhar-me e ser eu,não Alberto Caeiro,
Mas um animal humano que a natureza produziu.
E assim escrevo, querendo sentir a natureza,
Nem se quer como um homem
Mas como quem sente a natureza, e mais nada.[...]
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